No ano passado, 14 pessoas morreram por dia em sinistros de trânsito nas ruas, avenidas e rodovias brasileiras. Apesar da redução no número de casos em relação ao ano anterior, as ocorrências estão mais graves e letais.
“Temos assistido a um aumento das multas por excesso de velocidade e consumo de substâncias psicoativas, isso, somado ao crescimento dos transtornos de ansiedade e estresse deixam o motorista brasileiro mais agressivo e imprudente. O momento é de cautela e o motorista deve ter atenção redobrada quando for pegar a estrada neste fim de ano”, afirma o especialista em segurança viária e diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego, Alysson Coimbra.
Segundo o especialista, o primeiro passo para reduzir os riscos é utilizar os equipamentos como cinto de segurança, capacete e assentos e cadeirinhas para as crianças. “Para cada faixa etária há uma forma de transporte seguro de crianças. Por sua composição física, a criança é mais suscetível a ferimentos graves e todo cuidado é pouco no transporte”, afirma.
Os pets também têm atenção especial no quesito segurança. Um levantamento da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) mostrou que 80% dos tutores os transportam de forma inadequada. “Além dos riscos de morte e ferimentos para os pets, o transporte inadequado pode provocar acidentes e gera multas”, completa Coimbra.
A manutenção do veículo é indispensável. Além de checar níveis de água e óleo e calibrar os pneus, é preciso avaliar os itens de segurança obrigatórios, como triângulo, macaco e verificar se o estepe está calibrado. “Não viaje com pneus carecas, pois a redução do atrito com a pista aumenta a possibilidade de perda do controle e estabilidade do veículo. É indispensável checar o funcionamento dos itens de sinalização, como faróis, lanternas, setas e luz de freio. A ideia é minimizar todos os requisitos que contribuem para a ocorrência de sinistros”, pontua o especialista.
Coimbra, que é médico especialista em Medicina do Tráfego, lembra que o fator humano é responsável pela maioria dos sinistros e diz que alguns cuidados podem mitigar os riscos. “Para viagens longas, é preciso que o motorista tenha dormido o suficiente à noite e esteja descansado. Não indicamos que quem iniciou algum tratamento recentemente faça uso do medicamento e dirija, já que há remédios que podem interferir diretamente na capacidade de concentração e reação. Na dúvida, consulte seu médico”, explica Coimbra.
O médico alerta que diabéticos devem sempre levar um alimento doce para evitar hipoglicemia, mesmo em viagens curtas. “Se houver uma interrupção no fluxo do trânsito, o motorista tem que estar preparado para evitar essas crises, que interferem na sua capacidade de dirigir com segurança”, afirma.
A redução dos casos de covid com o aumento da vacinação deixará as rodovias mais cheias nesse fim de ano e o motorista precisa estar com total atenção no trânsito. “Comportamentos de risco, como ultrapassagens em locais proibidos, excesso de velocidade e não manter distância segura do veículo à frente são algumas das principais causas de sinistros e podem ser evitados”, comenta.
Pets
Há cinco formas seguras para transportar os pets: caixa de transporte; cestinhos ou cadeirinhas; cinto de segurança; grades de contenção ou capa protetora para banco traseiro. A caixa de transporte deve ser fixada pelo cinto de segurança do veículo no banco traseiro. Precisa ser ventilada e estar de acordo com as dimensões do animal.
As cadeirinhas (cestinhos) são recomendadas para animais de pequeno porte que não se adaptam em viajar nas caixas de transporte. São projetadas para serem utilizadas com os animais utilizando coleiras do tipo peitoral e devem ser fixadas no encosto de cabeça do banco traseiro e retidas com o cinto de segurança do veículo.
Cães de porte médio ou grande podem ser transportados com cinto de segurança na posição central do banco traseiro, com os adaptadores presos às coleiras peitorais, e fixados no encaixe do cinto de segurança do veículo. As grades de proteção são indicadas para animais de grande porte e têm a função de limitar a circulação do animal dentro do carro e impedir o cão de saltar pela janela. Já a capa protetora de banco traseiro pode ser usada com o cinto de segurança, minimizando o risco do animal de sofrer ferimentos em desacelerações bruscas, por exemplo.
Forma correta para o transporte veicular de crianças:
▪️ Bebê conforto: crianças de até um ano de idade e até 9kg, posicionado em sentido contrário ao painel do veículo.
▪️ Assento conversível: crianças de até um ano de idade e até 13 kg posicionado no sentido contrário ao painel do veículo até a criança completar 1 ano de idade.
▪️ Cadeirinha: crianças de 1 a 4 anos de idade, que tenham entre 9 e 18 kg, posicionamos de frente para o painel do veículo.
▪️ Assento de elevação: crianças de 4 a 10 anos de idade que não tenham atingido 1,45 m de altura, com peso entre 15 e 36 kg, sempre conectado ao cinto de três pontos.
▪️ Banco traseiro e dianteiro somente com o cinto de segurança: crianças com mais de 10 anos de idade e/ou estatura superior a 1,45 m.